domingo, 11 de abril de 2010

Calibre, 38!




Não, não é uma ode à liberação das armas. Mesmo por que, para isso, não é preciso sequer reflexão. Por já estarmos armados todos os dias, vamos deixar os tiros para furarem carcaças de papel. Se este texto vier a ser impresso, of course! Mas viva o incômodo do autoflagelo autoral. Em causa própria.

Aliás, calibre, 38! Não é preciso mutilar-se nem em metáforas. Chegar a trinta e oito primaveras, verões, outonos e invernos já deveria ser suficiente para passar a pensar um pouco antes de falar. E de escrever!

Menos sangue ou mais sucção. É assim que bons médicos fazem incisões precisas, como deve ser um bom texto. E como deve ser uma vida que prima por realizar algo que valha a pena. Mesmo que sejam apenas reuniões de palavras. Precisamos de mais genialidade como a de Gregory House, mas com calibre regulado!

Escrever é uma arte para uns, mas algo básico para outros. Não queira que todos tenham a mesma percepção do mundo que você tem. E se, em todo sinal vermelho, incólume numa esquina movimentada, houver um daltônico? Calibre, 38, pois quem enxerga diferente de você também pode ver muita coisa.

Ter quase duas maioridades indica, teoricamente, uma visão mais ampla? Para quem quer evoluir, sim. Significa ter tido tempo para viver e errar montes de vezes. E aprender a fazer (ou a não fazer) de maneira mais produtiva. E o que vai acontecer com o que foi feito antes? Calibre, 38! C`est la vie! C’est l’amour!

Ter responsabilidades acaba com o ser humano ou o reorganiza? Mas elas também se alteram. Um filho adolescente, mesmo considerado irresponsável, tem que fazer seu próprio caminho. Calibre, 38! Não queira tomar o mundo pra si. Deixe que cada um conduza seu próprio sucesso. Ou fracasso.

Pensar, mudar, realizar diferente. Se fazer um primeiro take já é o sair da inércia, refazer algo desafia a preguiça de aceitar o que já foi feito. Querer algo melhor pede interceder por esse desafio. Calibre, 38! O mundo não vai te parabenizar por você querer mudá-lo. Vai brigar com você por isso.

Se revólveres calibre 38 tem tambores de seis ou sete balas, a vida tem cartuchos AK47 de sobra. Há muito ainda a mirar e atirar nessa jornada.

Calibre, 38!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Who watches the watchmen? Roger: descaso tricolor com o herói da Copa do Brasil.


Em junho de 2007, Roger fez o gol do título do Fluminense na Copa do Brasil. Em 2008, ensinou os atalhos da Libertadores. Em 2009, não foi sequer procurado para renovar seu contrato e ficou sabendo pela imprensa (link 1) que não continuaria no tricolor.

Vigoroso e técnico, o lateral e depois zagueiro Roger jogou por apenas três clubes. E no Flu queria encerrar sua carreira, daqui a três anos.

Profissional, Roger sequer ouviu outras propostas até dezembro. E ficou perplexo com o descaso da diretoria do Fluminense, que nada disse até o momento sobre a dispensa.

Ora, se um jogador não interessa mais ao clube, avisem-no. Respeito e profissionalismo não fazem mal a ninguém.

Numa carta aberta, Roger mostrou seu descontentamento, mas agradeceu a todos que o ajudaram no Fluminense e declarou seu amor ao clube e à torcida. Justo, deu a César o que é de César.

Detalhe: essa mesma diretoria do Fluminense deixou o caos acontecer no clube, na venda dos ingressos para a final da Libertadores 2008.

Descaso, injustiça. Como no filme baseado na obra de Alan Moore (que estréia em março), fica a questão: quem irá vigiar os watchmen tricolores?

E, claro: Roger, boa sorte!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Acabou-se o que era Pixel...

Deu no Universo HQ, no dia 11 de dezembro, e não pude deixar de prestar uma nota em relação ao que foi, por três anos, o mais feliz motivo do meu trabalho.

Com a atual crise econêmica mundial, a subida do dólar (que encarece os contratos feitos com os EUA)e do preço do papel, a Pixel manda embora seu editor e parece que não vai editar mais nada que vá para as bancas em 2009.

Quando, juntamente com o editor Rodrigo Fonseca, fui designado para atuar na área de marketing da então Ediouro Quadrinhos, o foco da editora era trazer BDs e outros títulos de qualidade para as bancas, popularizando o gênero para o leitor brasileiro.

Aí veio a primeira grande mudança, com a associação com a Futuro Comunicação, novos planos (sem que houvesse tempo para darem certo) e perfis de publicação, que resultaram em várias baixas de pessoal. E culminaram este mês, com a saída de um (acho que o último) moicano(s).

Fico triste por tantos desmandos e equívocos terem acabado com essa editora. Mesmo que fique lançando TPB's e encadernados especiais, o sonho foi muito grande para acabar na quarta-feira, mesmo com tão poucos desfiles.


Pelo menos, pude participar de uma parte disso e incluir, de maneira profissional, os quadrinhos em meu currículo. Guardo comigo o prazer de ter feito o plano de marketing que trouxe Corto Maltese para a Pixel e relançou seus primeiros álbuns depois de tanto tempo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Era "Des..."

Diante de tantos fatos que rodearam esta não tão humilde existência nos últimos dois meses, ficou claro para mim que vivemos na chamada Era "Des...".

A Era do Des...respeito, do Des...caso, do Des...preparo, do Des...cumprimento da palavra.

"Palavra"... Cá estamos nós novamente no cerne deste blog. Sim, esta trissílaba de sete letras no passado também era sinônimo de honra, da garantia que algo seria feito, cumprido.

No mundo atual, da comunicação e no qual os serviços deveriam se tornar commodities de qualidade, o que se percebe é que, cada vez menos são cumpridas as datas combinadas.

O "Des..." é o prefixo definidor da falta de preparo, da incompetência e da enrolação. Com medo de perder o cliente para o concorrente, lojas e pessoas prometem aquilo que não podem cumprir e deixam a todos ínsatisfeitos, a categoria de consumidores classificada como "demanda P*%@ da vida!".

Vidraçarias, pedreiros, livrarias, grandes lojas, supermercados, técnicos de máquinas de lavar, bancos, advogados, terapeutas... pelos mais diversos tipos de serviços e negócios eu passei nos últimos tempos. Cerca de 80% deles não conseguiu atender às expectativas básicas de um cliente. E, conversando com pessoas próximas, verifico que essa porcentagem é daí pra maior.

De alguns desejamos que a mercadoria seja entregue no dia certo, de outros, cumprimentos de prazos, às vezes, de simples horários. Mas o que se percebe é que o que se promete não se cumpre. Será que todos aprenderam com os políticos?

A Era "Des..." está no início. Neste crescimento louco que existe hoje, com a propagação da tal da qualidade intrínseca, ainda teremos muito com o que nos decepcionar.

São poucos os oásis de tranquilidade para produtos e serviços. Os tantos serviços "Prime" criados na última década, para aqueles que têm condiçõe$ e não querem esperar, são a prova dessa segmentação.

Pena que aí a maioria também esteja "Des..." para partilhar. Des...capitalizada.

E para quem não tem $ ???

- Garçom, traz aí mais um chopp.
(dez minutos depois...)
- Garçom, e meu chopp?
- Que chopp?!?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O tempo vai passando...

É, essa era a frase dita por um famoso radialista ao narrar os jogos do Maracanã nas belas imagens do Canal 100. E eu pergunto: palavra deixa saudade?
Assim como o preto-e-branco, que se tornou colorido e atualmente está em High Definition, a palavra está também em seu eterno processo de mudança. Cada vez mais sintetizada, conceitual. O reclame virou anúncio. O parágrafo virou frase. Talvez só um título e olhe lá.
As cartilhas tomaram o formato Issuu. Os livros viraram e-books. Será que ainda ouviremos, daqui a décadas, o barulho do virar das páginas?

Parafraseando Vinícius, pedirei ao sabiá do dia, para que peça ao rouxinol, para mandar-te presto, este e-mail, ao invés do antigo avigrama: palavra minha, saudades de quem te ama!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Silêncio = Ausência (inclusive de palavras)

Sim, pela primeira vez o blog ficou três semanas sem atualizações.

Sei que não fazemos um blog para termos a responsabilidade de escrever nele sempre e sim para compartilhar o que queremos, quando queremos.

Por isso, talvez, o tempo de tamanhas mudanças seja o tempo do silêncio. Muitas coisas mudando na vida da gente nos levam a não ter tempo de refletir e quererescrever. Até porque, em plena mudança, o mais difícil ésaber o que é o certo e o que queremos que fique registrado.

No meio de tanta coisa, canal, obra em casa, dúvidas... talvez fosse melhor o silêncio.

Mas estou voltando, como diriam os atendentes de telemarketing... rs Cheio de palavras pra escrever. Dou minha palavra!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Como jogar dinheiro fora em uma página dupla

De quem é a culpa, ninguém sabe. Mas no fundo, no fundo, é de todo mundo. Diretores de arte quando fazem um anúncio, o cliente que aprova a peça, todos precisam se preocupar com o veículo no qual o anúncio será inserido. Na hora de se aprovar os anúncios com o cliente, eles são levados todos bonitinhos, em pranchas. Inclusive os de página dupla. É aí que mora o perigo. Pois, quando publicados, estes podem dar um grande problema.

Abaixo vemos 2 exemplos típicos de como NÃO se deve fazer um anúncio de pág. dupla quando a revista tem lombada quadrada. Neste caso, o meio da peça fica exatamente numa dobra que é impossível precisar o quanto se perde de visualização do produto.

No primeiro caso, o do sutiã, cujo mote é exatamente ser uma peça íntima que não tem costura, este é um desastre completo, pois não se vê o sutiã, que está colocado certinho na dobra das páginas.


No caso do carro, mesma coisa. E, centralizada na página ímpar, a mulher reina soberana.


Vale ressaltar que não estou sacaneando ninguém. Esta é apenas uma demonstração de como um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença. E ser uma bola dentro. Ou fora.