quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Bomba! Mexendo num vespeiro.


Como tricolor, principalmente depois de tanta alegria rubro-negra após a perda da Libertadores por parte do meu Fluminense, a coisa mais fácil seria me acabar de rir quando assisti ao noticiário de ontem sobre a bomba lançada no treino "dos Framengo". Mas não dá.


É inadmissível que um bandido (pois este não é um cidadão, of course) se dirija ao local de trabalho de alguém e jogue um artefato que seja capaz de ferir que está lá, ganhando dinheiro honestamente (mesmo aqueles da "turma do chinelinho"). É inconcebível que um grupo de imbecis que não têm emprego ou nada de útil para fazer se dirija ao local onde você ganha o seu sustento para cobrar explicações sobre a sua atuação profissional. Já imaginou isso acontecendo no seu trabalho? Que coisa mais doida seria? " - Você não tá com nada! Viemos aqui pra te dar porrada!" Não seria o regime escravo voltando em pleno século XXI?

Nunca apoiei as torcidas organizadas. Para mim, são o terrorismo legitimado do futebol. Os presidentes e organizadores dessas torcidas normalmente vivem como parasitas de seus clubes, ganham seu dinheiro como cambistas na venda dos ingressos dados por dirigentes - também cambistas (leia-se Carlos Henrique Correa, por exemplo) - que recebem em troca o seu apoio nas horas de eleições, e organizando as excursões para ver o time jogar em outros estados.

Pior do que isso, promovem as brigas que tiraram as famílias dos estádios de futebol, ameaçam torcedores comuns, seja do "inimigo" (sim, pois adversário não é uma definição aceitável para tais seres), ou, pasmem, do próprio time, só por não concordarem com uma opinião. Não é preciso ir muito longe para se lembrar das mortes covardes ocorridas em estádios ou nas imediações destes. Pergunto: qual dirigente de torcida organizada não tem passagem pela polícia? Devem ser poucos, com certeza.

Nunca me esquecerei de um Fla X Flu ganho pelo meu Tricolor de 4 x 0, no qual fui covardemente agredido por mais de 20 bandidos (num grupo de mais de 100 pessoas) que promoveram um arrastão. Troquei socos e pontapés e, quando já estava no chão, veio alguém com a pura intenção de me roubar, passando a mão nos meus bolsos. A paixão do futebol transmutada em algo sujo, feio, sem sentido nem moral.

Ver a bomba de ontem num simples treino de futebol me lembra dos covardes atentados terroristas que assitimos no Oriente Médio toda semana pela TV. Pessoas inocentes (sim, pois se um clube não está satisfeito com um jogador por seu desempenho, rescinde o seu contrato e pronto!) sendo atingidas por um covarde que não se identifica, que não tem moral nem coragem para dar as caras ao vivo sequer para brigar na mão contra quem está insatisfeito.
São Osamas futebolísticos, ou piores que ele, pois sequer aparecer em algum momento para assumir a responsabilidade de seus atos. Vermes que se unem covardemente para ir contra quem está em menor número.
A única torcida organizada que deveria existir é a da própria família, pois roupa suja se lava em casa, e não num estádio.

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